segunda-feira, 30 de abril de 2012

Onde começa a minha história? E a nossa?

E todos esperando pela pergunta difícil de responder...

Vocês hoje vão me responder escrevendo no papel: ONDE COMEÇA A MINHA HISTÓRIA?

Agitação na sala. Que pergunta era aquela que de difícil não tinha nada. Peterson já foi logo dizendo: "Todo muito sabe que foi quando a gente nasceu."

Então coloquem aí no papel. - falei

Senti um pouco de frustração na realização da atividade. Para eles responder aquilo era fácil demais. Pareciam que tinham passado o final de semana todo preocupados ou interessados na desafio e era só colocar data de nascimento?

José teve outra visão, falou que a história dele começou quando os pais deles casaram. A turma não aceitou bem a ideia e todos colocaram a data de nascimento mesmo, menos José.

Quando todos terminaram de responder e me olharem com ar de decepção porque aquilo ali foi muito fácil eu disse: Posso agora fazer a pergunta difícil? Um olhou para o outro e ficaram sem compreender a princípio. "Era uma pegadinha "né" Márcia? (falou Marcos) Respondi que não. Que para fazer a pergunta difícil precisava primeiro fazer a fácil, mas lembrei que nem todos pensam que a história começa no seu nascimento. O José pensa diferente.

E então pedi para mais uma vez colocar no papel a resposta de outra pergunta: ONDE COMEÇA A NOSSA HISTÓRIA?

Aí começou a falácia, a agitação, os questionamentos:
- "Como assim a nossa?"
- "A nossa aqui na sala de aula?"
- "Acho que não. Acho que é a nossa história aqui na escola."
- "Eu estou aqui desde o primeiro ano."
- "Mas eu entrei em 2009."
- "Eu só esse ano."
- "Não vai dar de responder onde começa a nossa história aqui na escola. Só se falar de cada um."

Então interferi: Não! Eu quero que vocês me respondam da nossa história. Dizer o dia que cada um entrou na escola não é a nossa história. Vocês não acham?

E começou o falatório tudo de novo:
- "Hum, então foi quando abriu a escola. Nossa escola começa no dia 24 de maio de 2012."
- "Mas é a história aqui na escola, professora?" 
- "Claro que é "né". "Pra" ser nossa história só pode ser daqui."
- "Então é quando inauguraram a escola mesmo."
- "Tudo bem, é daqui da escola, mas a escola não começou no dia da inauguração, começou antes com os homens construindo." (José com suas fantásticas observações)
- "É professora?" (Resolvi fazer sim com a cabeça para ver até onde ia essa história.)
- "Então nossa história começa com os operários aqui."
- "Se for assim antes disso tinha que ter terreno para fazer."
- "Alguém comprou o terreno e mandou fazer a escola."

Aproveitei a fala e lembrei lá da exposição das escolas da república. E perguntei se ninguém lembrava do governador nessa época. Ninguém lembrou, então falei um pouco da história, do governador Vidal Ramos. Relembrei  o império e a república. O que tinha sido a Proclamação da República e a importância dela na nossa história. O João Victor lembrou que na biografia que ele pesquisou de Lauro Müller dizia que ele era republicano.
Voltei a perguntar: VOCÊS AINDA NÃO RESPONDERAM, ONDE COMEÇA A NOSSA HISTÓRIA?

Silêncio. Olhares se encontrando até que alguém se manifesta. Peterson levanta a mão e diz:
- "Poderíamos dizer que a nossa história começa quando o governador Vidal Ramos resolveu construir nossa escola."
- "Nossa história começou foi lá no Adão e Eva." (rio José)
- "Tem cientista que fala que foi do macaco" (remendou Peterson)

Resolvi mediar este momento: Estão vendo? Já estamos falando da história da humanidade, mas queria mesmo é saber da nossa história aqui na  Escola Lauro Müller. Onde começa a nossa história? Sei que é difícil, mas na próxima aula eu pego a resposta. Pode ser?